Seguro de vida
Olhou-a nos olhos, quase a abraçou. Quis levá-la consigo para onde ia, já que não tinha planos de voltar. Quase lhe pediu que deixasse tudo, tudo como estava, e o seguisse, sabe lá pra onde. Mas não.
Antes disso, noutra vez, saindo da aula (assistia todas em grande silêncio), se deparou com um gato, que o encarou e piscou, depois de alguns segundos. Gato quando pisca, quer amizade, sabia disso, gostava de gatos. Mas não abaixou... vai saber por que... Talvez por estar muito tempo sem ser interpelado e não saber mais como se recebe carinho... Talvez: isso é apenas uma especulação.
Agora, acabou de chegar. Abre a agenda e olha longamente a foto dela: sim, vai sentir saudade, já sente. Talvez devesse tê-la trazido, talvez ela viesse. Talvez seja o homem mais solitário do mundo nesse momento. Mas não, é apenas especulação. O fato e que assim está mais seguro e folga em pensar que nunca arriscou essa segurança.
terça-feira, 17 de janeiro de 2006
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