quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Essa coisa toda...
Cansado, sim. Cansadíssimo. E muito entediado também, quase com náusea. É que essa coisa toda de pós-modernidade deixa a gente muito cansada, sabe?

A tal coisa de aceitar a diversidade, por exemplo. Tem que ter muito cuidado com a tal diversidade. Tem um chegado nosso, conheço há muitos anos, é preto feito piche, a gente chama de Negão. Mas depois da coisa da diversidade, não pode mais: ele virou o Afro-descendentão. Eles dizem que é ofensiva, desrespeitosa a outra alcunha (mas veja bem, até a mãe do cara chama de Negão). Agora, o outro, um loirão que também é lá da firma, esse é o Alemão e pode ser. Então Negão é xingamento e Alemão não. Repare que essa coisa de raça era moda há uns 60 ou 50 anos atrás, quase no mundo inteiro. E agora?

Daí também tem aquela outra coisa, a de chamar o pessoal da faxina e da obra de colaborador. O cara é então colaborador, que é pra não ter distinção de classe e outras coisas assim, bem indecentes. Agora, o diretor não. Esse é diretor mesmo, não colabora com nada, ele dirige. Se for abraçar a idéia de que todo trabalho é digno, tem que ter cuidado com isso também...

A tal da pós-modernidade, que no Brasil todo mundo corre atrás, acabou chegando aqui, parece. É, deve ter chegado, mas meio equivocada. É tão pós-moderna essa coisa toda de não ter preconceito, né? Daí, pra afirmar que não se faz discriminação, tem que discriminar todo mundo o tempo todo. E imagina o que é isso aplicado ao mundo empresarial, neo-liberal e coisa e tal...

Por isso que a gente se cansa: é muita coisa! E tem mais coisa ainda se pensar que não tem jeito: todo conceito bonito que a gente importa acaba rançando na viagem para o sul.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vem com tudo!