domingo, 22 de abril de 2007

1984 by me

Numa tela branca imagens são projetadas, imagens em P&B de cenas urbanas em que pessoas correm, se acidentam em automóveis, dormem em filas de agência de empregos, se engalfinham por comida jogada no chão, se chocam com o poder de polícia, choram.

As cenas são tranlúcidas, estão sobrepostas em outra imagem, essa em contínuo movimento: silhuetas que se furtam cores entre o azul, o violeta e o vermelho. A silhueta masculina olha a feminina, toca seus ombros, tira dela um vestido que cai.

As cenas do primeiro plano passam a retratar pessoas uniformizadas, das mais diversas instituições, polícias, exércitos, crianças em escolas.
As silhuetas ao fundo se abraçam e se confundem, formas, cores, movimentos, não se pode distinguir corpos trançados.

As cenas mostram famílias e pronunciamentos oficiais.

As silhuetas se misturam e separam e tornam a se misturar. A masculina para de braço abertos em cruz e é atacada pela feminina e se ajoelha em sujeição. A feminina se abaixa e se misturam novamente.

Cenas de pessoas em ternos correndo, algumas tropeçando e caindo.
A silhueta feminina está presa à masculina pela cintura, em ângulo de 90°, apoiada pelos braços, as mãos no chão. Seus longos cabelos dançam num movimento rítmico, indo e vindo. A masculina, que a suspende, deixa a cabeça inclinar pra trás, como contemplasse a altura.

Um diálogo sobre sexo se inscreve em letras pretas e é repleto de palavras sujas e idéias despudoradas.

O movimento das silhuetas se convulsiona.

As luzes coloridas esmaecem.

As cenas P&B esmaecem.

Soa uma música (We are the dead, em versão estendida) todo o tempo do filme. Quando a música pára, tudo é escuro.

Fim.

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