quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Amor subjetivo...


Os braços, as pernas, os quadris, eles se iam enraizando ao chão. E os olhos atentos e claros vislumbravam o que não havia: ela, ela, ela. Não queria comer, não podia dormir... e pedia por ela. Mas isso, ah!, isso ela nunca vai saber, ela não estava ali, não estava ali, mergulhada naquela prostração lisérgica, ela não estava. Ela é o anjo que anda reto por essas decadências da alma e do corpo... Ela é ela, a coisa bela mais inadjetivável.

Era nisso que pensava enquanto se amalgamava ao chão e à luz do sol. E esteve contente, quase que por um minuto inteiro, com o fato de ela não o ver assim, tão acabado. Mas passado o minuto sua mente já buscava outra vez o olhar dela, precisava disso, precisava...

Estava fraco, débil, quente, caminhando perdido no País das Maravilhas, se esquecendo de que a era das utopias ficava cada vez mais pra trás. Largava-se no hiperindividualismo moderninho, se ensimesmava mais e mais... E desaguava nela. Só nela... Mas isso, ah!, isso ela nunca vai saber, nunca: Se nem mesmo é capaz de segurar o telefone nas mãos, o que poderia dizer? Amor... Amor... Mil vezes amor... Ah!, isso ela já sabe...

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