A pessoa que por mais tempo esteve na minha vida foi a minha mãe: 17 anos, foi a idade com que saí de casa e, acreditem, saí muito e muito tarde!
Ao lado dela, passei por processos diários de destruição contínua da minha auto-estima, o que se dava por toda sorte de gritos e mentiras e proibições. Nunca nada do que eu fazia era satisfatório. Meu primeiro namorado, minha primeira balada, tudo aconteceu depois dos meus 18 anos.
Eu cresci insegura, com medo de tudo, me sentindo sempre mais frágil que todas as outras pessoas, fosse física, psicológica ou intelectualmente. Na adolescência, tive toda sorte de nóias, fui expulsa de escola por inadequação, tive anorexia, tive dificuldade de fazer amigos.
As palavras de órdem da psicologia infantil da Nê (Nê é a minha mãe, né?!) são medo e vergonha... Porque, aliado a todo comportamento doentio dela, ainda havia o fato de ela ser gay e morrer de vergonha disso por vezes e noutras, sustentar firmemente sua opção sexual. Eu e minha irmã ficávamos expostas demais e tivemos de mudar de escola 11 vezes.
Tudo isso sem mencionar o fato de ela inventar histórias absurdas e crer francamente que essas histórias existem e não há nada que possa fazê-la acreditar no contrário*.
Chega já de falar de Nê que isso tá me deixando tensa!
*O caso é que ela precisa tomar uns remedinho psiquiátricos que, por idolatria à própria doença, ela nunca toma.
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