
Eu tava lendo a postagem do André sobre mentiras e me inspirei a escrever um sobre o assunto, coisa que venho pensando em fazer já faz bastante tempo.
Costumo ouvir as pessoas condenarem gente mentirosa. E realmente, mentira é uma coisa muito facilmente condenável, moralmente escrota, muito embora socialmente necessária. Mas é aquela coisa, né? Quanto melhor o mentiroso, pior o ser humano. E quem é que gosta de um bom mentiroso?
EU!!! Esclareço – vamos com calma nessa hora! Como em tudo na vida, há mais de um tipo de mentiroso. Não vou fazer uma lista exaustiva, mas segue alguns tipos: o cara que mente pra se livrar de constrangimentos e reprovações, o cara que mente pra se livrar de compromissos chatos, o cara que mente pra que tenham sobre ele ou outrem uma opinião mais avantajada do que seria o justo, o cara que mente compulsivamente, o cara que mente para manipular alguém, o cara que mente puramente pra entreter as pessoas.
Eu já menti de todos esses jeitos que descrevi acima (a exceção do compulsivo) em alguma ocasião. O mais recorrente é o dos compromissos; os outros costumam acontecer em casos de extrema necessidade, salvo o último. Esse último sim, esse é o meu preferido. Mas eu só o faço por escrito, porque é uma mentira que requer uma dose de criatividade que espontaneamente é difícil de eu ter; por escrito dá tempo de elaborar legal.
Mas eu tenho uns amigos que mentem. Mentem mesmo, descaradamente, com uma naturalidade impressionante. Mentem mesmo, contam casos, histórias que nunca aconteceram, aumentam as que aconteceram... E no mais das vezes eu percebo, por razões obvias, de que o André até falou: a poeira da verdade debaixo do tapete faz um voluminho, né? Mas eu não me incomodo não, nunca me incomodei, nunca desminto, nunca tiro a limpo nadinha! Não me incomoda muito que mentem pra mim, a não ser quando eu saio muito prejudicada. Porque, veja bem: eu sou uma pessoa que largou o estudo de filosofia (que se debruça sobre as verdades) pelo de literatura (que se debruça sobre as mentiras). E além disso, eu tenho mesmo uma opinião meio cínica sobre a vida mesmo...
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Houve um ano em que, na Parada do Orgulho GLBTS, me perdi de alguém com quem namorava. Estávamos na Consolação, todos bêbados, óquei! Então, ele sumiu e eu o procurei por muito tempo. Tentei relaxar e aproveitar a festa, mas fiquei tensa e fui pra casa. Já era bem de noite quando ele apareceu e disse o que havia acontecido: ao me perder, foi me procurar na República (um pouco longe, né?) e, não me encontrando e estando muito cansado, deitou-se num banco da praça e dormiu, ali, com câmera fotográfica no pescoço, em meios a dois milhões de negos barulhando... Dormiu durante algumas horas.
Depois de ter ouvido uma história dessas, o que eu podia dizer? A única coisa que eu disse: “Tá bom!”
Putz... essa aí não dá pra gente falar nada e tá bom e tchau... hehehe...
ResponderExcluirMas sobre a mentira literária, essa não é mentira. É uma verdade que somente não aconteceu no dito mundo empírico.
Nada, eu acho tudo fingido sim. Só não acho condenável. É tipo uma válvula de escape, sabe? Se eu não tivesse inventado minha "experiência literária" no ano passado, qdo eu tava com o casamento em crise, ia pirar meeeeeeeeeesmo!!!
ResponderExcluirEu acho que ele tomou daquela pinga forte,forte, que dá um baita porre e vc acorda com uma dor no c...
ResponderExcluirHahahahahahahahahaha!
ResponderExcluir<:-))
o pior de tudo, vamos combinar, é que até parece que se ele dissesse algo mais crível - e talvez mais "ilícito", que você ia não gostar. o cara não te conhece? vc podia até achar ruim, mas aposto como era melhor do que enfiar uma mentira goela abaixo. (ou acima mesmo)
ResponderExcluirPois é, né? Fazer o que? Mas o que é pior é que a historinha é de um tom inusitado que beira o fántástico!!!
ResponderExcluirDormir na parada? Como assim???