
Tem coisa nessa vida com que é difícil de lidar. Mas a gente precisa pra não ficar completamente louco. Essas são sempre coisas que a gente não pode mudar, por mais que tente e é por isso que precisa aprender a lidar – se desse pra mudar e aturasse assim mesmo, seria comodismo de nossa parte e não é essa a matéria dessa postagem.
Uma dessas coisas é uma noção que se apodera da cabeça das pessoas: o dito BOM-SENSO. (Ai-ai... Pois é...) O tal do BOM-SENSO é uma idéia a respeito da vida com que a maioria esmagadora das pessoas concorda plenamente. Por exemplo: é questão de BOM-SENSO não aparecer de biquíni num velório: ninguém diz pra você não fazer isso, não há regras, leis... Nada! Há apenas uma ordem implícita de comportamento, algo QUASE intuitivo, QUASE consciente: o fator BOM-SENSO!
Então, assim: sempre que alguém toma uma atitude ou faz uma escolha cujas causas não são as que motivam quase todo-mundo, o todo-mundo já vai dizendo que a pessoa não tem um pingo de BOM-SENSO.
Tipo a música do Melodia que segue transcrita aí embaixo, o que tá entre parênteses* em especial: a mulher tinha de tudo, amor, uma casa bem à pampa, carinho, cuidados, um nêgo que lhe pagava pau pracaralhamente e nunca tretava com ela. E mesmo assim ela deu um pé básico e saiu por aí, pra ficar de pegação com outra(s) pessoa(s). Mas veja bem esses versos: Mas a boemia dela se apoderou/e a coitadinha fracassou. O que acontece? Não é que ela perdeu o tesão no bofe e decidiu resolver a vida sexual/afetiva com outra pessoa (o que se indica no indo em busca de novos carinhos), mas ela é uma COITADINHA que FRACASSOU na vida de esposa. Coitadinha porque não teve BOM-SENSO, porque lhe falta juízo, porque é piradinha... Tremendo fracasso isso de abrir mão da estabilidade que a vida lhe oferecia, em favor de sabe-se lá o que, né? Sim, coitadinha!
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Uma dessas coisas é uma noção que se apodera da cabeça das pessoas: o dito BOM-SENSO. (Ai-ai... Pois é...) O tal do BOM-SENSO é uma idéia a respeito da vida com que a maioria esmagadora das pessoas concorda plenamente. Por exemplo: é questão de BOM-SENSO não aparecer de biquíni num velório: ninguém diz pra você não fazer isso, não há regras, leis... Nada! Há apenas uma ordem implícita de comportamento, algo QUASE intuitivo, QUASE consciente: o fator BOM-SENSO!
Então, assim: sempre que alguém toma uma atitude ou faz uma escolha cujas causas não são as que motivam quase todo-mundo, o todo-mundo já vai dizendo que a pessoa não tem um pingo de BOM-SENSO.
Tipo a música do Melodia que segue transcrita aí embaixo, o que tá entre parênteses* em especial: a mulher tinha de tudo, amor, uma casa bem à pampa, carinho, cuidados, um nêgo que lhe pagava pau pracaralhamente e nunca tretava com ela. E mesmo assim ela deu um pé básico e saiu por aí, pra ficar de pegação com outra(s) pessoa(s). Mas veja bem esses versos: Mas a boemia dela se apoderou/e a coitadinha fracassou. O que acontece? Não é que ela perdeu o tesão no bofe e decidiu resolver a vida sexual/afetiva com outra pessoa (o que se indica no indo em busca de novos carinhos), mas ela é uma COITADINHA que FRACASSOU na vida de esposa. Coitadinha porque não teve BOM-SENSO, porque lhe falta juízo, porque é piradinha... Tremendo fracasso isso de abrir mão da estabilidade que a vida lhe oferecia, em favor de sabe-se lá o que, né? Sim, coitadinha!
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Fatozinho curioso da minha vida pessoal: desde que eu me separei, não tenho a conta de quanta gente me aconselhou a “tomar juízo”, “me cuidar direitinho”, “andar na linha”... Assim: eu morava sozinha desde os 17 e me virava perfeitamente bem. Casei-me e veio depois a separação, depois da qual eu não tenho mais as mesmas condições de me cuidar que antes??? Não, não é bem assim, não é isso o que querem dizer, né? Então o que? Que sozinha eu só vou cometer loucuras? Haveria aí uma pontinha de machismo?
*A parte entre parênteses pertence a outra música, mas o Melodia aí a costurou num acústico.
*A parte entre parênteses pertence a outra música, mas o Melodia aí a costurou num acústico.
putz, muito machismo mesmo. como se tudo o que uma mulher precisasse nesse mundo fosse um homem pra chamar de seu.
ResponderExcluirque morram, esses putos.
Ah, Lia, eu sou um cara que acredita em bom senso. Pq ninguém vive isolado e sabe o código de comportamento adotado mais ou menos veladamente pela sociedade e o que ele quer dizer.
ResponderExcluirNo exemplo do biquini, por mais que a desinibida esteja sinceramente abalada pelo falaecimento, as suas roupas não denotam o seu sentimento. E ela, se não nasceu ontem, sabe disso. Por isso, fica difícil para os outros no velório pensarem que ela não está zombando do sentimento deles.
Claro, o que a noção de bom-senso muda com o tempo, mas cabe aos membros da sociedade entenderem-na, mesmo que não compartilhem dela. Até em respeito pelos outros.
Vc levanta sempre umas questões ótimas, hein?
Abraço!
Lu: pois é...
ResponderExcluirCris: obrigada!!! Então, eu também acredito no bom senso e me oriento muito por ele. O que eu não deixo acontecer comigo é de acreditar que o tal bom senso é uma imutável lei da natureza segunda a qual a gente deve agir. Se eu faço alguma coisa segundo o bom senso, penso sempre que é bom senso segundo uma certa regra social implícita que, se for quebrada, vai me causar aborrecimento. Interessa a quem essa manutenção de ordem? Tudo bem.
O caso do biquini é um Bom Senso (ou melhor, consenso social) que eu sempre respeito. Mas não me ocorreu ir de acordo com o que diz que é besteira largar um bom casamento porque tava faltando uma coisa pequena e fútil, como um pouco de emoção... Coisas da vida, sabe?
Sigamos o bom senso, mas não sem questioná-lo. :-))
Sabe, Lia... concordo com o que você e o Cristian escreveram. Acho tudo isso sobre o bom sendo... existe, porém não é imutável e às vezes fico feliz quando ele muda e assutado em outras... mas isso é uma outra questão.
ResponderExcluirMas o fato é que a modos e modos de aconter o que aconteceu. Existe o módulo jogando limpo, onde os dois jogam as cartas na mesa e mesmo que alguma parte fique triste, há a sinceridade e o respeito também é mantido. Agora, há o módulo sujo, onde só existe mentiras, mas a parte que mente mantém tudo aquilo por comodismo, por medo da falta que o outro pode fazer.
Andre: realmente. Meu caso foi meio que jogando limpo... e é por isso que me incomoda me aconselharem a "andar na linha" toda vez!
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