domingo, 27 de julho de 2008

Vi e gostei, mas gostei bastante



O porteiro da Noite, filme italiano de 1974, de Liliana Cavani. Vi no Cine Belas Artes, na semana passada. O curioso foi que, pelo fato de o filme ser muito antigo, com a película de qualidade ruim e rodar na pior sala do complexo, o preço da entrada foi a metade do que é de costume se cobrar. Muito legal! Mas essa não era a questão.

Afinal, a questão nunca pode ser apenas isso quando a gente tá falando de relações sadomazoquistas desenvolvidas por um torturador e o torturado. E é isso o que temos aqui. É a história de uma judia que se apaixona por seu torturador e revive essa paixão treze anos depois de ter sido solta. E essa revivência é doentia: o cara, ex SS, faz parte de um grupo que tenta achar ex vítimas pra exterminá-las. Sendo assim, o casal é obrigado a ficar escondido, trancafiado mesmo. Acontece que seus suprimentos não duram pra sempre, né... Não vou contar o resto! Se a curiosidade for muito, segue o linque.

O que eu achei interessante foi o desenvolvimento dessa paixão. Eu me lembro que quando estava fazendo curso de História, houve algumas aulas em que falamos sobre tortura: a intenção verdadeira do torturador não é exatamente extrair informações (já que o método faz com que a veracidade delas seja totalmente contestável), mas antes suprimir a subjetividade, rebaixar o indivíduo a menos que gente, pra que o cara seja incapaz, não importante de que, ou seja, a desmoralização, a invasão, a violência são tamanhas que suprimem a humanidade. Bem grosso modo, é essa a função maior da tortura.

A coisa é que as pessoas não são todas iguais e uma experiência como essa (assim como qualquer outra) não surte os mesmos efeitos em todo mundo. No caso, nossa Lucia se apaixona loucamente pelo Maximilian... E ele por ela. Não sou nenhuma conhecedora de ciências da mente pra me atrever a dar um belo "diagnóstico" dessa paixão. E nem era esse também o interesse da postagem. O que me deixou intrigada e pensando longamente foi uma questãozinha: será que esse componente sadomazoquista sempre esteve neles (ou pelo menos nela, já que nele eu creio que sim, pelo fato justo de ser torturador), ou que a experiência da tortura a deixou assim, cativa eternamente? É curioso, veja bem. A moça estava levando uma vida normal, casada com um cara importante, quando reencontra o torturador e larga tudo, no livre exercício da vontade, pra se tornar cativa e ter uma vida miserável junto dele. Nem sei se é questão interessante ou respondível, mas me pegou.

Mas enfim, se não for por tudo isso que eu falei, o filme vele ser visto mesmo que seja só pra contemplar a beleza da Charlotte Rampling. A mulher é um espetáculo e aparece no filme em cenas muito sensuais. Temos a carinha dela aqui embaixo:


6 comentários:

  1. Síndrome de estocolmo, não é... se não é... parece ser uma variante. A mente humana é algo confuso mesmo... É mais que algo sado... é se ligar àquele que é mais poderoso mesmo.

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  2. Charlotte... anos 80... Playboy... especial de cinema... filme cabeça... cine BelasArtes (NÃO HSBC... só Belas Artes)... poltrona de madeira... se sentir cool (anos 80, lá, só filmão... Último Tango? Foi lá...)...
    Adorei a lembrança!!

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  3. a charlotte rampling era linda, linda. vi um filme com ela no elenco - 'sob a areia' - em que ela está bem mais madura, mas ainda bela, na minha opinião. sem contar que é ótima atriz, atua tanto em inglês qto em francês. beijo!

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  4. Putz... só eu de homem comentei e fui o único que não falei da linda Charlotte Rampling... que vergonha de mim! hahahaha...

    Ela é lindíssima realmente! Aliás...

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  5. André: realmente, muito complexa a alma humana... Sindrome de estocolmo? Nem sei... Não sou nenhuma perita. Parece, mas estocolmo é quando a vítima do rapto se apaixona pelo raptor, não é? Não sei bem... :-)

    Safo: tá entregando a idade!!!

    Lorena: sim, ele é uma PUTA atriz!!!

    Todos: A Chalotte é de fazer qualquer um sonhar à noite!

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