
♫ “...esquecendo os momento da fundura do poço, da garganta do fosso, na voz de um cantador”
Papai do céu,
Como o senhor sabe, falei pr’um amigo que se não é por jazz e filosofias, eu nem saio de casa. Vou me corrigindo aqui pro senhor: é arte. Se não for por arte – mesmo que seja arte do raciocínio – eu nem boto minha carinha na janela: já fico no escuro de meu quarto, e’mi’mesmada, fumando narguile até o fim dos tempos, que segundo vossos sinais recentes, não devem tardar.
O senhor já teve a sensação de estar percebendo a arte como quem consome drogas? Pois é uma auto-impressão que tenho tido. Uma coisa estranha, sabe? Um certo tipo de angústia que me abate se não leio nada, nem escuto uma música, nem vejo um filme e coisa e tal... Como se eu me sentisse mais à vontade num mundo de elementos “criados” que no real. A arte torna a realidade mais suportável talvez. Ou talvez não seja isso...
O problema (se é que vos estou revelando um) talvez esteja intrinsecamente ligado ao fato de ter um ponto em comum com o meu amigo supra-mencionado: uma incapacidade crescente de levar a vida a sério e um constante desejo de chacoalhar quem leva. Mesmo minha atitude de consumidora de arte é assim, e leio Sandman com a mesma seriedade que leio Tolstói. E me dá vontade de rir na cara de quem acha que estou cometendo um sacrilégio por isso (rir, na melhor das hipóteses, o senhor sabe).
Papai do céu, não creio na vida, não creio nos cânones, não creio em saídas existenciais para além de uma boa risada. Espero que a arte sempre me traduza a humanidade, em nome do diabo, que é o senhor de férias , amém!
Como o senhor sabe, falei pr’um amigo que se não é por jazz e filosofias, eu nem saio de casa. Vou me corrigindo aqui pro senhor: é arte. Se não for por arte – mesmo que seja arte do raciocínio – eu nem boto minha carinha na janela: já fico no escuro de meu quarto, e’mi’mesmada, fumando narguile até o fim dos tempos, que segundo vossos sinais recentes, não devem tardar.
O senhor já teve a sensação de estar percebendo a arte como quem consome drogas? Pois é uma auto-impressão que tenho tido. Uma coisa estranha, sabe? Um certo tipo de angústia que me abate se não leio nada, nem escuto uma música, nem vejo um filme e coisa e tal... Como se eu me sentisse mais à vontade num mundo de elementos “criados” que no real. A arte torna a realidade mais suportável talvez. Ou talvez não seja isso...
O problema (se é que vos estou revelando um) talvez esteja intrinsecamente ligado ao fato de ter um ponto em comum com o meu amigo supra-mencionado: uma incapacidade crescente de levar a vida a sério e um constante desejo de chacoalhar quem leva. Mesmo minha atitude de consumidora de arte é assim, e leio Sandman com a mesma seriedade que leio Tolstói. E me dá vontade de rir na cara de quem acha que estou cometendo um sacrilégio por isso (rir, na melhor das hipóteses, o senhor sabe).
Papai do céu, não creio na vida, não creio nos cânones, não creio em saídas existenciais para além de uma boa risada. Espero que a arte sempre me traduza a humanidade, em nome do diabo, que é o senhor de férias , amém!
Mas o que tá tendo nessa blogoesfera hoje que o povo anda inspirado. Gostei da sua visão sobre a arte e como você se relaciona com as obras. O ato de não levar a vida a sério é algo que tento sempre cultivar, não sei se tenho um sucesso constante, mas tento.
ResponderExcluirEita Lia que texto belo! Adorei o toque de bom-humor... adoro essa perspectiva que você tão bem escreveu de "não crer em saídas existenciais para além de uma boa risada". Quem dera eu vivesse assim 24 horas por dia, 7 dias pos semana... mas é uma causa nobre a seguir. Beijos, linda!
ResponderExcluirBob: ah, eu já nem consigo levar a sério, mesmo que eu tente. Quando vou ver, já foi.
ResponderExcluirSu: Nãããããão, a vida tem que ter gente com esperança, se não, sei lá, hahahahaha! Mil bjins!!!
Lia,
ResponderExcluirnem preciso dizer que achei o post ótimo.
Gostei tanto que me inspirei e escrevi uma parte da história que estava acontecendo em outro momento, em outro lugar.
(acho que lês teus blogs num reader... a versão final tá identificando o causo como uma resposta que chegou ao lugar errado.)
Te vejo no fim do túnel.
Ou no fundo do poço! hahahahah
Um beijo,
L.
L.: certamente, em um desses dois lugares a gente vai se encontrar.
ResponderExcluirei, me leva tmb?
ResponderExcluirjá pedi pro L., quem chegar primeiro me leva pra qualquer lugar. preciso sair daqui, sumir, evaporar...
beijos
[off topic: obrigada pelo carinho lá no sentimento]
Sentimental: eu levo sim, pode ter certeza. Obrigada nada, vc merece e nunca acredite no contrário! <3
ResponderExcluirufa, ainda bem.
ResponderExcluirachei q fosse ficar sozinha.
obrigada.
beijos
♥
Sentimental: eu nunca sou boazinha, eu tento ser justa. Hehehehe!
ResponderExcluirAchei sensacional. Tanto o seu texto como o do "Reflexões Teatinas"! Vivo numa eterna briga interna sobre ser "certo demais" e "esculhambado demais"... Sendo que ultimamente eu ando descambando pro "esculhambado demais"! huahauhaua
ResponderExcluirkkkkkkk
Parabéns! Beijos
Ah, valeu, Johnny!!! Bjos!!!
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