domingo, 19 de julho de 2009

uma vez, pegou de me gostar uma moça engraçadinha, muito boa e muito puta

Fiquei sabendo dela numa vez que fui num puteiro com mais dois ou três machos que me tinham amizade (digo macho mesmo, que pra mim, homem quando vai no puteiro, larga de ser homem e vira meramente macho). Eu, que nunca como ninguém nem pagando e nem sem pagar, achei que o passeio no puteiro assim, destituidíssimo da função primordial, ficaria uma brincadeira meio cômica.

E não é que foi mesmo, rapaz?! Coisa engraçada ver os machos tratando com as moças putas e vice-versa. Tinha um arzinho muito falso de conquista no ar, aquela coisa que tá na cara que é mentira... O macho sabendo que é mentira, a moça puta também sabendo e todo mundo num acordo íntimo de não falar nada sobre isso não senhor. Melhor assim (a vida é bela no eufemismo e na pinga). As donas iam pedindo um drink e os machos iam logo cedendo... As donas iam fazer aquela dancinha sensual, muito pregadas numa barra vertical e muito rodopiantes em torno dela, os machos se sentavam em frente ao palco e ficavam ali babando. Cômico, sem dúvida, e muito gentil da parte deles também.

Eu não, eu fiquei sentado na mesma mesa em que me sentei quando cheguei, olhando os meus amigos, com aquela antipatia de pseudo-intelectual e aquela risadinha filhadaputa. A moça que eu citei no título do post perguntou se podia me fazer companhia. Pois podia sim, e como não? Ela perguntou se eu era bicha logo de cara. Não muito, não na época.

- Mas como assim? É bicha ou não é?

- Eu sou o Cajuba, moça.

- Ah, prazer, ou sou a Verônika com K.

- Oi, Verônica com K!

Insistiu em saber se eu era bicha. Disse-me que prescindisse da vergonha porque ali ninguém tinha vergonha na cara não senhor.

- É, eu penso que não, Verônica com K. Bom, porque você quer saber se eu sou bicha? É por causa dos seu serviço? Olha, eu não sou o tipo do cara que paga por sexo... porque eu não sou o tipo de cara que faz sexo. Nem com mulher, nem com homem, nem com ninguém. Então, acho que não sou nem gay e nem hetero.

Daí, aconteceu o que sempre acontece: ela perguntou meus motivos de abstinência, eu expliquei que era brocha e ela fez clássica cara de pena. (Sabem, toda sorte de gente nesse mundo tem pena de mim por causa da brocha, o que me levou a colecionar mentalmente caras de pena; a fina flor da minha coleção é a cara de pena dessa putinha). Ela perguntou se eu não queria tentar nem um pouquinho, eu disse que era perda do tempo dela e do meu dinheiro... Então, como o movimento do lugar estava fraco (domingo à noite: até malandro tá assistindo fantástico na casa da família), ficamos conversando, enquanto meus amigos desapareceram com as respectivas namoradas de aluguel. Ela me contou que morava sozinha, que tinha sido casada, mas o cara tinha arrumado outra mulher, fugido com o carro que estava em nome dela e mais uma grana guardada em conta conjunta. Estava terminando a faculdade de administração na mesma universidade em que eu cursei história (faculdade boa o cara). Preconceituosamente confesso que duvidei na hora, mas acabei acreditando. Eu lhe contei sobre minha história de ser brocha, papo indo por aí, muito bem, obrigado senhor.

Sei que na hora de ir embora ela me disse que lamentaria não me ver outra vez. Bom, eu não sou homem de deixar a mulherada lamentando (ok, quase...). Troquei telefone com ela e na abençoada quarta-feira, levei no cinema a Verônica com K – ela até matou aula pra me ver, uma graça. Foi a minha vez de lhe fazer uma pergunta clichê: era bonita, inteligente, morava num bairro bom... Por que puta?

- Eu gosto. É sim... Fiz uma vez, continuei porque gostei. Tem vez que é um saco, tem cara que é uma merda. Mas tem cara que é que nem você, muito fofo! Mas também era assim quando eu era estagiária. Tem trabalho legal e tem trabalho que é um saco.

Simples e perfeito, ela não podia ter dito nada melhor. Dei um beijo nela por isso. Ela me beijou mais por eu tê-la beijado. E ficamos assim, de beijo em beijo, duas ou três vezes por semana, durante uns 6 ou 7 meses, mais doces que mel de florada. Tive de terminar porque ela começou a fazer planos bonitos pro futuro, enquanto eu pensava que a granola e a alcatra lá de casa estavam acabando.

A Veronica com K agora é funcionária de uma empresa lá em Guarulhos e faz programa uma vez por semana - a gente ainda se fala.

2 comentários:

  1. Fala véio!
    Casa nova, heim?
    Eu tb um tempão atrás fiquei meio de conversê com uma putinha muito legal, ali da Augusta.
    Também rolou cinema, pipoca, etc.
    Só quando ela quis me levar pra festa de niver do filho dela, de 2 anos, eu casquei fora...
    Em níver de criança pequena já me dá vontade de chamar toda a gurizada barulhenta de filho da puta, imagina nesse, né?

    Abraço!

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  2. Não, então, se acontece de ela ter filho e eu ir no aniversário, é porque eu tou indo estabelecer noivado, na verdade, não é? Não, isso não pode acontecer! Imagina só? O que o moleque ía pensar quando eu largasse a mãe dele? Não! Nada disso, brocho antes!

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