it’s all over now baby blue

too old loose it... too young to chose it…

and the clock wait patiently on its song

 

Tem dia noite em a gente não se entende... Tem dia em que a gente se atrasa... Tem dia em que a gente queima até miôjo... Tem dia em que o bom é não sair da cama... Tem dia em que a melhor filosofia fica insuficiente pra abraçar um mísero selinho na boca...

 

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Você vai se aproximando dos trinta anos e repara, de repente, que sempre cuidou muito de quem te cerca... e que ninguém cuida de você, há mais doze anos. Daí, seu lado B diz que isso de pedir cafuné metafísico não é muito o seu estilo, que em você isso é breguinha...

 

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Lembra que pra vida ser maravilhosa, alguma coisa extraordinária tinha de acontecer? Um beijo arrebatador, declarações a plenos pulmões, luta armada, revolução, desafios... Agora, a vida é linda numa taça de malbec e um cigarro, após um dia sem trânsito.

 

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Segundo um grande amigo, há apenas dois meios de você melhorar a realidade: um é usando de eufemismos e o outro é bebendo pinga.

 

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Muito cansado pra encarar aquela balada que você freqüentava? Muito encanada pra entrar naquela minissaia na qual você arrasava? Muito tédio pra dar aquele chacoalhão em quem joga na retranca? Muita ressaca e nenhuma embriaguez? Pois seus problemas apenas começaram...

 

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O que você faz ao ler o bilhete que seu amante lhe deixou, uma linha de quase-amor na contra-capa do IPTU? Gozadinho, né?

 

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Acontece que muito desgaste fez você perder o medo de dizer "me prende nos teus braços" tanto quanto "sai da minha vida" e então, as lagrimas que lavavam a poeira dos seus sentimentos secaram... Não tem mais poeira, não tem mais esses sentimentos e não tem mais você... Tem um MP3-player ligado em volume alto – maior signo do seu individualismo – repetindo muito, na beira da porta da sua alma: it's all over now baby blue...