Chove há 43 dias em São Paulo.
Há 72 pessoas mortas.
O Bom (?) Dia Brasil mostrou hoje cenas de uma cidade desgovernada.
Uma entrevistada disse: “sete minutos de chuva e enche tudo.”
Outra ficou 1h45 à espera de um trem.
Um ficou três horas parado dentro de um taxi.
Um bairro ficou sem luz por 12 horas.
Na região do rio Tietê legiões de trabalhadores a pé em busca de uma condução que os levasse ao serviço.
Há dois corpos desaparecidos na Zona Leste, o Katrina do Serra.
Um dos entrevistados, finalmente, diz o que o Ali Kamel preferiria esconder: a culpa é do concreto.
Segundo a Folha, 13 vereadores e o poste que Serra elegeu prefeito de São Paulo podem perder o mandato por causa de corrupção.
Eles são acusados de receber doação ilegal de empreiteiras e da indústria da construção civil.
É o pessoal do “concreto”.
Nenhuma metrópole do mundo se corrompeu a ponto de permitir, como São Paulo, construir tantas peças de concreto num espaço sem verde.
São Paulo é um exemplo de como a corrupção destruiu o meio ambiente, impediu que a cidade respirasse, aumentou a temperatura e provocou chuva.
A corrupção é o que faz chover em São Paulo.
Um Presidente da República já disse que governar é “abrir estradas”.
Que Deus o tenha.
Zé Alagão governa para ser Presidente da República e, por isso, governa para arrecadar impostos (pedágios).
Ele não passa, como diz o meu amigo mineiro, de um “prático em contabilidade”.
José Serra escondeu-se no programa da Luciana Gimenez e na colona da Eliane Catanhêde.
Ele não vai enfrentar a indústria da empreitagem.
Nem construir os 90 piscinões que faltam no rio Tietê.
Se puder, ele manterá os nordestinos nas sowetos alagadas.
Não adianta.
A chuva cospe os pobres na cara da elite.
Texto de Paulo Henrique Amorim
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