domingo, 26 de dezembro de 2010

just let it go...

Sempre tive muito orgulho (e também muito apego) por todas as coisa que lutei para conseguir. Acreditava que esforços grandes, uma vez realizados, não poderiam ser ignorados e deixados pra trás, por terem o valor do tempo, da dor e do suor ali deixados.  
O ano de 2010 foi foi o tempo em que aprendi que estava completamente enganada. E se esse engano perdurasse, só me traria sofrimento.
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No campo profissional, realizei esforços imensos para ingressar num curso de pós-graduação. Grupos de estudo, trabalhos publicados, congressos... Tanta pesquisa realizada seriamente e, em verdade, por conta própria, tendo apenas a ajuda de uma colega/amiga, já que o orientador era completamente omisso e, numa atitude máxima de descaso, deixou meu projeto ser feito por outro aluno.
No campo afetivo, um casamento, uma vida quase perfeita, energia e dinheiro dispensados ummm amor incerto... E minhas cobranças: muitas, imensas, cansativas! Eu sempre cobrava muito, mas nada pra mim: "faça sua operação, encontre mais seus amigos, retome seus treinos, dê mais atenção à sua mãe, trate de encontrar mais um emprego, tente poupar seu dinheiro". No que minha chatisse resultou? Mares de mentiras tão mal repetidas que a verdade nem sequer existia mais. Lágrimas, revoltas, traições, humilhações... E mentiras!
Nos dois casos, uma única idéia se fixava na minha mente: "eu lutei muito por isso, tenho que fazer dar certo".
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Não, eu não tinha que fazer nada dar certo! Eu não PODIA fazer nada dar certo porque não dependia de mim. Não há vitima nenhuma aqui! E me centrando no que eu realmente podia fazer, a conclusão era única: tudo isso tinha que terminar! 
O começo foi desistir da pós, o que aconteceu em julho... Em agosto me foi oferecido um cargo de chefia nos meus dois empregos. Minha auto estima se recobrou e meus problemas financeiros acabaram.
Decidi estudar teatro, sonho da minha adolescência que ficou postergado por muito tempo, em nome do que parecia mais "sério". Nesse curso, conheci novas pessoas que me encheram de vitalidade! Eu tinha mais ânimo, mais vontade de me divertir.
E subitamente, os encontros com meu namorado se tornaram penas um momento maçante. Conversando com minha mãe, em outubro, entendi: foda-se o esforço que fiz pra cultivar todo um campo se os frutos já nascem podres. Nada se aproveita deles! Limpe a terra e jogue tudo fora!
E limpei! Foi um fim discreto, sem lágrimas, sem culpa. Algum rancor ficava, mais mentiras que vieram depois, mas nada demais, era esperado, logo passaria...
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E depois disso, sementes azuis como o céu da Califórnia se deitaram nos meus seios. Não sei o que vem depois, ele não sabe também. Mas na gentileza dessa dúvida que não me atormenta o coração e senti que "I love you so" me ferve a alma com muito mais beleza que todos os "te amo" que já ouvi na vida.
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Ao cabo, 2010 foi o ano mais incrivel da minha vida... Até agora.

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