Havia no chão um bicho estranho. Um corpo pequeno, esférico e pelos longos, brancos, tenebrosos. Movia-se lento em minha direção; fui tomada por um misto de pânico e curiosidade, algo comum a pessoas de oito anos (e era esse o meu caso). Daí a razão que me impedia de exterminar, com um pisão, o temível bicho - como se faz com uma barata.
Clamei a um sujeito que me salvasse, que tirasse o serzinho dali e me desse informação a respeito dele. O sujeito, muito sarcástico, algo comum a pessoas de quarenta anos (e era esse o seu caso), segurou entre os dedos os pelos daquele monstrinho e o aproximou de meu rosto.
Meu medo foi tamanho que comecei a chorar. O adulto ria. Ria! Soprou sobre mim aquela coisa, que flutuou, com toda suavidade. Só então esclareceu que se tratava de uma semente de paineira. Mas não me adiantara muito saber, o pânico já se havia instalado em minha alma.
Passou tanto tempo desde então... Nossa, um tempão! Mas, em verdade, ainda sou a criança impressionável, que fica em pânico sob o efeito da estranheza de algum olhar teu.
quarta-feira, 5 de julho de 2006
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