terça-feira, 20 de maio de 2008

...Senti um abraço forte e já não era medo. Era uma coisa sua que ficou em mim...
Era uma cartinha que tinha a intenção de ser fofa. Mas a gente nunca consegue o que quer com aquele tipo de gente que vê milhares de camadas de significados em tudo. Ela entendeu nem lembro o que, mas veio dizer que eu tava me forçando a levar uma vida muito distante dos valores que ela havia me passado, os valores conservadores – reacionários, a bem dizer. O fato de sua boca dizer ABC e suas atitudes serem XYZ é um mérito que não discuto agora.

O fato é o seguinte: ela contava com que a socialização que ela me ofereceu seria tão forte que eu não conseguiria fugir a ela e qualquer coisa que eu fizesse fora disso seria artificioso e forçado. Estava bastante enganada. Não que houvesse qualquer problema com a socialização (havia, mas não por isso), mas a teoria da prática ensina algumas coisinhas a esse respeito. O Bourdieu era um cara muito sábio. Ele tinha bem claro que a gente é muito orientado por condições objetivas. Mas ele também não era nenhum Durkheim e sabia que a gente também tem nossa subjetividade. Ele sabia que a gente pode escolher outros meios de viver que vão nos socializar de forma totalmente diferente daquela que nossa família nos ofereceu. A facul é a mais forte de todas elas conheço uma penca de pessoas muito conservadoras que piraram depois da facul e vice-versa. Foi basicamente o que aconteceu comigo.

Assim, essa foi mais uma que Nezita perdeu. Tadinha, não dá uma dentro ultimamente!

4 comentários:

  1. não é? como se filho fosse um produto da sua criação?
    será mania de grandeza? arrogância?

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  2. Sei lá, viu... Arrogância com certeza, mas, porra! É só vc ser um pouco esclarecido pra ver como são as coisas e que elas não são como vc programou pra serem, né? Poxa...

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  3. Hummm... é aquilo... somos tão o que eles nos criaram, mas muito mesmo que não conseguimos nem ver. Mas muito menos do que eles esperam. O fato é que o conflito existirá sempre, e normalmente eles é que ensinam a gente a entrar no conflito ou não. E quando eles ensinam a gente a entrar, não esperam que a gente entre em conflito com eles, mas caramba! não foram eles que nos ensinaram isso!?... mesmo que sem perceber

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  4. Na verdade, não sei se eles têm consciência de tudo o quabnto ensinam não... Mas acho que não, na verdade.
    E dizer A e agir X gera a socialização que não se esperava. Então...

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