sábado, 28 de junho de 2008
Pensamentos matinais
Pensava que se fosse menos carente, não namoraria. Pensava nisso enquanto atravessava a grande avenida, sem movimento nenhum. Adorava andar pela cidade quando não havia movimento. O frio da manhã queimava um pouco a pele do rosto, mas tudo bem!, andava mesmo precisando fazer uma hidratação. Era bom que se apressasse, já que queria chegar antes da namorada acordar. Devia tê-la ficado esperando até tarde na noite anterior, que chato! Havia até pensado em voltar pra casa, mas estava bom beber com ele naquele bar. Ele falava rápido, tinha comentários sagazes, era inteligente, mas muito novinho – tinha sérios problemas com gente mais nova. A padaria exalava um cheirinho irresistível. Então era isso: comprar os pães preferidos da namorada, preparar um bom café, arrumar a bandeja e acordá-la assim, era provável que nem ficasse brava. O frio estava chatinho, mas havia sol, o que tornava tudo melhor. Dentro da padoca estava quente, o que significava que o golpe de vento frio, na saída, pareceria ainda mais frio. Pensava agora numa ciabatta e alguns pães de queijo. Tinha frutas em casa pra uma boa salada... Sim. Tinha dor nos quadris, nas costas e a buceta também estava um pouco sensível. Ele transava de um jeito bem intenso, demorava pra gozar e tinha fôlego pra quatro vezes quase que seguidinhas, coisas de gente novinha. Não havia conseguido dormir nada, porque ele gostava de dormir de conchinha, muito fofo por sinal, mas era impossível dormir desse modo, de forma que a noite ficou parecendo muito mais longa. Lembrou-se então que já fazia muito tempo que não transava com a namorada... Não, não tinha nenhuma moeda, lamentava a falta de troco. Comércios aos sábados de manhã são uma tristeza pra troco. Porque nunca separam algum no caixa um dia antes, não? Mas nem se lembrava mais quanto tempo fazia que não transava com a namorada. Não que fosse justificativa pra ter dormido com o carinha, nada disso, essas coisas não se justificavam. Mas era só que, caso fosse menos carente, podia terminar o namoro. Agora procurava a chave na bolsa e pensava que precisava se organizar melhor com isso também.
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ah, lia. eu nem sei se o nome disso é carência. achei o teu texto muito sutil e visualmente rico, apesar de curtinho. aliás, eu diria que ele é sinestésico. gosto de textos assim, em que você quase que 'vê' a cena diante dos olhos. bjs!!
ResponderExcluiroh, tava sentindo uma certa falta dos seus textinhos literários
ResponderExcluirbj
Laila: pois é, menina, vou te falar que quase nunca eu concordo com meus personagens. Esquisofrênicamente a gente quebra altos paus! Hehehehe. Já me aconteceu sim de ficar muito tempo num relacinamento que não rolava sexo bom e acho que não era por carência. Mudando o foco, muito obrigada pela crítica! Adoro escrever coisas curtinhas e intensas...
ResponderExcluirLu: também com saudade de escrever um e ver vc comentar! <3
Ah, nem me esperou, só tinha ido ao banheiro! aparece aí!:*
ResponderExcluirComodismo... talvez seja isso que segure alguns relacionamentos onde não tem mais nada a ver. Tudo fica muito cômodo e é isso.
ResponderExcluirMuito bom texto!
Beijo!
Ericka: desculpas, literalmente, é tudo culpa do meu micro safado!
ResponderExcluirAndré: pode ter um pouco disso, mas acho que tem um medos que batem na gente. Quando a gente confunde amor mais erótico com amor quase de família... Sabe como é? Dá medo de deixar o perceiro qdo uma coisa assim rola. Às vezes só...
Mas, Lia... quando a gente namora ou casa, será que não surge isso naturalmente? Será que esse amor de família não seja necessário também? Acho que não dá pra ser só ele, pois senão vira irmão! hahahahaha... Mas tem que ter, pois é o que está se formando. E amor erótico é o que dará o tempeiro pra que essa família dure e até cresça se for o caso! hahahahahaha...
ResponderExcluirAcho que por isso que dá medo, pois há uma comididade de família... hehehehehe...
Mas às vezes é necessário dar esse passo sozinho... Mas você não quis dizer, pelo menos diretamente, quando pra você isso aconteceria... hehehehe
Beijões!
Lindo, eu vou falar a real: amor de família é ótimo, mas se não rola o erótico junto, não dá. Terminei meu casamento bem por causa disso e não por outro motivo... Amo o ex até hj, mas não como uma mulher ama um homem e qdo constatei isso, tive um medo horrível, porque sabia que restava pouco para o fim. Mesmo assim, o casamento ainda durou mais de um ano... Mas isso é a minha esperiência, né...
ResponderExcluirHummm... isso deu idéia pra um post... que logo estará em meu blog... hehehe... Aí respondo melhor o que penso...
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