quinta-feira, 17 de julho de 2008

Amantes, como tantos

“In the silence of my lonely room
I think of you
Night and day”


Voltavam de uma lanchonete qualquer dessa grande cidade. Voltavam sob o frio do vento de depois da chuva. Voltavam pra casa. Voltavam para o mundo um do outro.

A noite avançava, logo seria hora de se separarem, mas não ainda, que agora era pra descansarem e se esquecerem das brincadeiras divertidas durante o tempo passado juntos. Tiravam as roupas devagar, deitavam à meia-luz. Um sono suave, cansaço, a música baixa, os beijos leves – muitos, lentos – tudo induzia ao sonho. Até que adormeceram nos braços um do outro, entre uma imagem de lua-de-mel e um plano pra um dia qualquer.

Sono breve, noite curta. Ele teria de partir dali a pouco, mas que saudade sentiria... E ela tinha a pele tão quentinha, tão sequinha, era quase uma extensão do sonho beijar, tocar, deslizar. Ela dizia uma ou outra palavra baixinho, sem querer dizer nada até que ele começou a lhe beijar o sexo, também tão quente. Beijava manso, molhado, de forma a monopolizar os sentidos e afastar da mente dela qualquer pensamento... Não, ela não pensava em nada. O toque dos lábios, da língua, traziam calor e calma, ao passo que acendiam um desejo forte. Uma onda... onda... onda... muito quente subindo por todo quadril, pela cintura, até tomar o peito e a boca, um orgasmo muito lento e intenso, suspiros baixos...

Mas ele os percebia, atento a cada movimento, a cada arrepio. Tinha o sexo teso, firme e o encaixou ao dela bem cuidadoso – aquele tamanho todo causava um pouco de dor, mas ela o agarrava, gemia e cerrava muito os olhos... Então relaxava, a dor passava e ele se movia, se aproximava e se afastava e a abraçava forte e beijava o sorriso que via começar a se desenhar no rosto dela. Era excitante e pensava que teriam um orgasmo juntos, idéia que o fez desejar mais e mais a ela... E ela o desejou ainda mais por isso. Se beijaram, ele lhe disse qualquer coisa... Então gozaram... Gozaram juntos, como ele imaginou, quente, forte, apaixonante, como os dois supunham que tinha de ser. Beijaram-se nova e longamente e ela notou o cheiro de seu próprio sexo em torno dos lábios – gostava.

Abraçaram-se por um tempo e era hora de ele ir – logo não haveria mais condução, teria de trabalhar tão cedo... Essas coisas da vida, coisas desastrosas a todos os amantes. Ele se foi dizendo que a amava e ela se recolheu pensando que noites como essa, por simples que fossem não existiam pra que a gente se esquecesse delas.

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