
É fato público e notório que, depois da chuva de zicas de que se derramou sobre meu ano, tou pobre. Isso não é coisa que me incomoda em aproximadamente 95,84% do tempo... Mas existe os 4,16%: a hora do almoço! Isso sim é bem irritante porque, como tou precisando poupar grana tanto quanto possível, tenho que dar aquela marmitada básica – e eu odeio bater rango de marmita. Muita gente deve odiar também.
Mas essa postagem, na verdade, não é sobre mim e meus gostos, mas sobre fatos ocorridos no refeitório, recinto no qual se realiza a maior parte das marmitagens. Eu não sei se todo refeitório é assim, mas esse ora tratado na Pós-Utopia recebe gente de todo tipo. O povo que tem um posto melhor e ta sem grana (ou tem nojo de comer no quilo) se mistura com tudo que é peão. É engraçado, todo mundo vira a cara pra peão no corredor, mas todo mundo conversa no refeitório. Especialmente porque é lá que rolam as ondas longas da Rádio Peão®! Um espetáculo essa rádio, minha gente! A coisa mais democrática que eu já vi: todo mundo escuta e bota fé! É uma “AM” pela qual você fica sabendo de todos os babados e bafões da instituição. Tem alguém casando?, dá na Rádio Peão®; tem alguém sendo exonerado?, Rádio Peão®; o salário vai sair adiantado?, já se sabe na Rádio Peão®. Vai mudar alguma lei?, o anúncio vem primeiro na Rádio Peão®! Ela é a grande pioneira da informação! Se quiser saber em primeiríssima mão, corre no refeitório do meio-dia às três.
Óquei, a Rádio Peão® é muito interessante, mas nem se compara com o marmiteiro mão-leve. Esse cara é demais!!! Já explico. Acontece que existe no refeitório três geladeiras nas quais a peãozada toda guarda as marmitas até que chegue a hora da bóia. São apenas eles que as usam porque, ao contrário de mim, eles não têm um escritório com armarinho; trabalham enchendo caminhão, fazendo construção, limpado bueiro... Pois bem. Um dia, tou eu lá, comendo com a galera quando a Rádio Peão® anuncia que uma marmita havia sido subtraída de sua mistura. Tava lá no teipeuér só o arroz e o feijão; o bife, o torresmo, o legume cozidinho, tudo tinha sumido. Dia seguinte, mesma coisa, mas com outra marmita: ficou o macarrão, sumiu a almôndega. O delito se tornou recorrente: algum marmiteiro FDP simplesmente rouba a marmita da galera. Mas não é questão de ter uma fome e estar duro, nada disso: ele pega exclusivamente a mistura que as mães ou esposas em geral preparam com todo amor...
O autor das subtrações permanece desconhecido pela Rádio Peão®, mas já tou vendo a hora que vão descobri-lo e linchá-lo... em pleno refeitório!
Roubar o macarrão ou o feijão eu ainda perdoaria. Mas a almôndega ou o bife... é caso de linchamento e eu acho que participaria! Que falta de respeito, onde já se viu? Ainda mais lidando com gente faminta, olha o risco que o (a) cidadão (ã) corre??? haahahahhah! Adorei o causo. Não esquece de nos contar o desfecho da história! Beijos querida.
ResponderExcluirhahahahah.
ResponderExcluirParece que vi um filme do tal refeitório, de tão claro que tô imaginando ele na minha cabeça.
E me deu uma puta vontade de comer almôndegas. Fiquei tentado pela marmita dos outros.
Bjo
putz, isso já aconteceu comigo. tempo de faculdade a grana tmb andava curta e mamãe fazia marmitão, daí q só tinha um geladeira por andar, na copa, daí q um dia eu e umas amigas resolvemos sair pra almoçar e deixamos as vasilhas na geladeira pro dia seguinte, bem pobre mesmo, e não é q no dia seguinte TODAS as marmitas haviam sumido? O FDP não se deu por satisfeito em levar só a comida, levou tudo, mais de 6 marmitas... claro q na revolta eu joguei A praga no imbecil q fez isso e fiquei três dias na porta do banheiro esperando pra ver quem sairia de lá morrendo de diarréia.
ResponderExcluire antes q vc me pergunte eu não vi ninguém nessas condições.
beijos
:)
ResponderExcluirnunca cheguei a ver isso diretamente, mas o fenômeno da rádio peão eu conheço...
no caso de uma empresa que eu trabalhei bastava uma única "radialista" para que as noticias se espalhassem, e na falta delas, inocentes "contos", protagonizados por pessoas que por coincidência, e nada mais que isto, por pessoas de mesmo nome que outros funcionários...
Hahahahahhaa, cômico para mim, mas imagino que trágico para o cidadão que perdeu a mistura.
ResponderExcluirO texto tá demais, Lia! Uma crônica de mão cheia!
bjo!
Su: não é um calhorda esse rapaz (ou moça)??? Como assim??? Imagina que vc vai louca pra bater seu torresminho e é obrigado a comer o arroz secão? Hehehe. Assim que eu souber o desfecho, publico sim! :-)
ResponderExcluirL.: Hehehehhe! E vc não imagina o tamanho das marmitas... O que um cara desses come num almoço é refeiçao pra uma semana na marmita da Lia! :-D
Sentimental: que maldito, hein?! Casos assim eu tb já vi aos montes... Agora, um cara que leva exclusivamente a mistura, primeira vez! E ele ainda é educado, fecha as marmitas e enrola nas toalhinhas, direitinho! Hahahaha!
Psicopathos: fofocaria rola sempre, né? Impressionante. Aqui é sobre tudo, desde vida íntima até a agenda de promessas políticas do prefeito... Tudo tá na pauta!
Cris: bom que gostou! Sua opinião é muito importante, :-). Pra falar a verdade, no dia que eu vi um desgraçado ou outro furioso pela perda da mistura, eu tive que rir, cara... Foi muito engraçada e inusitada a situação. Parecia algo do tipo filme do Almodóvar.
Hahahahahahaha, puta merda, levar só a mistura é foda, haja imaginação.
ResponderExcluirBob: pois é, meu! O cara é demais, né? Sem palavras pós-utópicas pra defini-lo...
ResponderExcluirhahahahahahaha, meu, adorei. eu tb levava marmitão pra faculdade, era bem divertido. e levava uma marmitinha-chic, com o arroz integral cheiroso da otília qdo trabalhava na cultura inglesa. as peruas ficavam todas de olho na minha comidinha. acho que se eu deixasse na geladeira elas iam roubar também, hahahaha. bjs!
ResponderExcluirCris: que tuuuuuuuuuuuuudo!!! Peruas roubando uma marmita ía ser o máximo! Hahahaha!
ResponderExcluirMil bjinhos!!!