Uma reflexão muito interessante me tomou ontem. Como é que você manda a pessoa que você ama ir tomar no cu sem deixá-la chateada? Sim, porque chatear a pessoa amada implica (quase) necessariamente em se chatear por tabela. Então, por egoísmo ou altruísmo, chatear quem se ama é uma merda. A reflexão veio vindo por causa do dia que eu tive, sendo, esse sim, uma verdadeira merda. Começa comigo arranjando uma papelada filhadaputa na minha mesa e quando seguro o meu copo de café pra dar uma golada, o boi do setor entra correndo e me faz entornar o café na papelada. Unf... óquei! Pra um paulistano médio, isso já é um bom indicativo de mau dia. Depois, a clássica reunião marcada em cima da hora que te rouba a hora do almoço. Quando eu finalmente encontro tempo de comer, já era a fome, já tou meio enjoado e vou preferir comer alguma coisa decente em casa. Chegando perto da hora de ir embora, o chefe chama dizendo que tem muita confiança em mim, que eu tenho demonstrado um bom desempenho nisso e naquilo (merda anunciada...) e diz que está certo de que eu sou capaz de assumir a agenda dele por uma semana, já que ele vai estar em um congresso e blábláblá (merda realizada) – volto pra casa com uma pilha de serviço.
É aquela coisa: já que o estupro é inevitável, relaxa e goza. Passo na padaria, compro um monte de petifu e outros pãezinhos recheadinhos, duas garrafas de cabernet e volto pra casa, pra trabalhar, mas não antes de encarar os quase 100 quilômetros de congestionamento na marginal Pinheiros (assim não dá pra ser feliz, caralho!). Óquei, vive-se. Dou oi-beijo pra mulher, ela pergunta do dia, conto isso aí que já disse acima, divido os petiscos da padoca com ela, tomamos juntos uma taça do cabernet, levo o resto pro escritório e simbora ralar até de madrugada...
Tudo vai bem (na medida em que posso dizer que vai bem trabalhar à noite), até que ela me entra no escritório usando uma dessas roupinhas super sensuais e com um perfume que me deu até rinite. Eu queria dizer "sai, Cora, caralho!!! Sai com esse perfume daqui!" mas disse "comprou um perfume novo, paixão? Diferente..." Ela veio vindo, veio vindo, toda faceira. Eu queria dizer "nem vem, Cora, nem chega que não tou podendo!" mas disse "paixão, vamos deixar pra daqui a pouquinho? Tou meio atrapalhado aqui com essas coisas e..." BLABLABLÁ... BLABLABLÁ... BLABLABLÁ!!! A mulher começou a falar um monte de coisa, ensandecida, toda com voz fofa, mas de quem não tinha a menor vontade de ceder... Um papinho mole que começa com um desejinho que vira cobrança, uma cobrancinha que vira acusação - e eu enfiando a taça na boca e os olhos no micro, antes da acusaçãozinha virar ofensa. Mas como é que pode a mulher querer vir com de-érre bem na hora em que eu tou precisando trabalhar, só porque eu não iria comê-la imediatamente? Caralho! Queria mandar tomar no cu! NO CU!!! Lindamente eu mandaria... O que eu disse afinal? "Lamento, paixão, você merece muito mais que isso... Quando eu terminar essa carga anormal de trabalho, prometo te recompensar da forma que você preferir".
A vida é foda!
Acho que foi pra esses momentos que inventaram o clorofórmio...
ResponderExcluirGenial, Lilia! Amei!
ResponderExcluirBeijossssss
Homem do saco: nada, meu, vai q, quando acorda, a muié gorfa no carpete???
ResponderExcluirTaís: obrigada, linda!