quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Da política

Eu tuitava sobre política com um caro amigo meu. Ele se indignava contra o Lula, como o de costume. Tendo insinuado, por via de RT, que ao eleitorado do petista faltava educação e/ou moralidade, perguntei-lhe se ao do Kassab sobrava. Ele disse sobre a desilusão de quem acreditava na mudança e se perguntou se eu era petista.

NÃO

Não sou petista, nem pe-esse-de-besta nem nada. Na verdade, desde que comecei a ter contato com política, o que já faz alguns anos, notei que para se trabalhar com isso há que se ter certa flexibilidade moral. Isso pode ser "congênito" ou "adquirido" (não no sentido biológico dos termos). O primeiro caso diz respeito a quem já entra na vida política mal-intencionado. O segundo caso é o dos que entram na melhor das boas vontades, acreditando realmente que pode fazer a diferença, ajudar a quem precisa e acabar com a corrupção.

Esse tipo de gente, quando ingressa vida pública, tem dois caminhos pela frente. Um dele é, ao perceber como a máquina burocratico-política funciona, se desesperar, se desenganar, denunciar, perder o cargo e nunca mais querer atuar em nada parecido (esses são inflexíveis moralmente). A outra é se entregar ao jogo e tentar usá-lo em favor de quem realmente precisa, negociando daqui e dali, dando jeitinho, essas coisas que a gente já conhece. O cara faz tudo, tudinho, muito bem intencionado, mas por vias irregulares. Não é menos corrupto que o cara mal intencionado.

Ainda quanto a boas intenções, tudo é questionável. As políticas sempre visam beneficiar alguma classe. Alguns preferem "dar uma força" à classe baixa, outros à classe média e ninguém nunca contraria a classe alta. Dependendo do seu ponto de vista, você pode considerar melhor intencionado um ou outro.

Os mal intencionados são sempre os mais descarados, que colocam seus interesses acima de toda e qualquer questão pública - a bola da vez está com o Sarney.

Na verdade, nunca acreditei que são as intenções o que importa, mas as atitudes.

Não voto em absolutamente ninguém desde que tirei meu título de eleitor. Não sou anarquista, não sou punk, não sou hippie. E não aceito o argumento de que quem não vota não tem direito de reclamar: é evidente que tem! Não tem direito a reclamação tão somente quem não vive no Brasil.

3 comentários:

  1. trabalhei 10 anos com isso e estou livre, não por opção claro, mas pq fiquei desinteressante pra eles a partir do momento em que meus olhos não se fechavam mais aos absurdos impostos, mas até onde pude deixei o meu excesso de moralidade debaixo do tapete e segui até o nível aceitável de olhos fechados, afinal de contas eu precisava me sustentar, mas hj [já por opção] não volto mais.
    bjs

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  2. Pois é, linda, fico contente por vc. É sempre assim: chega uma hora que ou vc entra no jogo, ou sai dele de vez.

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