sexta-feira, 16 de março de 2012

o último caminhar sob a lua


What a guy! What a fool am I? To think my broken heart could kid the moon…

... e dali a pouco, já era madrugada. Eu nunca havia andado tão tarde assim, em breu tão fechado.

E então alguém me deu a lua e a lua clareou meu caminho. Toda a cintilância do brilho era bela.

Eu supus saber andar sob esse brilho... Mas não. Mas não. Eu supus guardar a lua entre meus seios... Mas não, mas não.

Então, o brilho da lua era menor, minguava, até que se apagou completamente. Não parecia o mesmo astro. E essa lua nova, a ela eu não podia ver, ela não me clareava, ela era quase nada.

Caminhei no escuro por tanto tempo que estranhei quando a lua voltou a crescer sua luz. Senti como a plúmbea noite houvera passado. Mas não, mas não. Senti a lua brilhar entre meus seios. Mas não. Mas não.

Noite é noite com e sem a lua. Eu supus que ela me guardaria ainda que só por mais uns passos. Eu supus. Eu supunha. Sempre eu supondo demais, porque a lua clareia quase nada.

A verdade é que ainda que brilhe, a lua é lua (e a noite é noite). A lua brilha no céu, branca, fria, intocável. Ela brilha pra se mostrar a quem for, nunca pra guiar quem a quer.

Eu já quis ser um eclipse lunar para alguém e aprendi a caminhar sem ver. Mas então pedi que recolhesse sua lua... 

E não tenho muito tempo pra aguardar uma alvorada: sigo caminhando enquanto corre a madrugada. Busco a luz constante de um cálido cruzeiro do sul.

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