
As palavras passavam pelos olhos dela, passavam boiando n’água salgada. Nada parecia realidade, tudo em suspensão. Pra ela estava claro o que fazer, mas não sabia ainda se era a hora certa: leve temor, tremor, amor (esse lugar-comum inesperado). A alma arranhava por dentro, claro!, era mais que um desejo.
Fosse agora a Tereza, Tereza e sua densidade forte, Tereza e sua pesada mala, será que assustaria? Qualquer um abre as portas à leveza, ao volátil, mas quem abriria ao peso? O peso do tem-que-ser-assim, o peso do segura-na-minha-mão?
A tão doce mocinha nunca acreditou, nem sequer por um segundo, que as pessoas são responsáveis por aquilo que cativam. Antes, que são responsáveis, sim, por se deixarem cativar. Por isso, nunca teve medo de dúvidas... Por isso, tem medo das certezas.
As palavras tinham razão, era certeza dentro dela agora. Daí o mar a inundá-la, alma e cara, em plena Avenida Paulista.
Tereza não assusta... às vezes, a gente até pergunta:"Cadê Tereza?".
ResponderExcluirTereza demora a chegar... Tereza não vem? Vem, Tereza, vem...
É a Tereza que é assustada... Na verdade é isso.
ResponderExcluir