Por essa coisa de aprender a lidar com gente muito diferente de mim, me dispus a viver com a minha irmã (meu par oposto) quando me separei. E a vida com ela não é lá das piores. O problema é que ela veio com um apêndice: o namorado (atualmente ex)!
Não vou falar detalhes da relação deles dois, mas a descrição por alto é a seguinte: ela é tensa, brava e meio moralista. Ele é folgado, impositivo, traidor na cara-dura. E ela... ela aceita. De nervosinha que era, tornou-se a pior das amélias. Mas isso não é problema meu.
O cara morou debaixo de meu teto por aproximados dois meses. Nesse meio tempo, a consideração foi zero! Não pagou uma conta, nem a empregada que havia se disposto a pagar pra que eu e minha irmã não tivéssemos que limpar a sujeira que ele fazia e, creiam, meus amigos, ele fazia muita e nunca lavou nem um talher. Quando minha irmã saía para trabalhar, o cara ligava o som muito alto, nem se preocupando com o fato de eu estar estudando ou não. Andava peladão pela casa, só enrolados nos lençóis. Falava ao telefone em alturas inacreditáveis. Aliás, não só ao telefone, mas em qualquer ocasião. Ficava me enchendo o saco sempre que eu estava lendo – afinal, ler e não fazer nada é a mesma coisa, não é mesmo? Pra coroar a putaria toda, ainda teve a cara-de-pau de me chamar de gostosa e convidar pra sair!
Ele e minha irmã sempre tretavam, era uma coisa neurótica, mas ela nunca quis que ele saísse de casa – ah!, o amor... E eu, por respeito (e pena) a ela nunca falei nada, mas comecei a dar uns toques nele, pra que a folga fosse um pouco menor. Pois bem, um dia, depois de muito escutar da minha irmã e depois de um bom chega-pra-lá meu, o cara foi embora. Mas foi ao estilo dele: da forma mais ingrata possível! Eu saí pra namorar, minha irmão foi ao museu com uns amigos. Ao chegarmos, não estava mais lá o desgraçado e nem nada do que era dele. Nada não, por que é lógico que coisa ou outra sempre fica, e não por esquecimento, mas pra se voltar sob algum pretexto. E como houve pretexto, meu-deus!!!
Várias aparições do cara em casa, pra visitar a minha irmã, que achava muito bom – ah!, o amor! E eu, permissiva em excesso, deixando quieto. Ele ocasionalmente pernoitava em casa... E tudo bem, né... Mas eis que o filho-da-puta ficou intalado em casa, direto e reto, de quinta a segunda-feira nessa semana! Ah!, daí já foi demais!
Olha a merda anunciada!!!
Eu digo à menina que não quero saber do cara em casa e, se querem namorar, por mim tudo bem, contanto que ele só apareça aos finais de semana. E ela concorda!
Dia seguinte, acordo, despeço da irmã, que tá indo trabalhar, vou cuidar de meus afazeres domésticos folgada e feliz, peladona, como é direito de quem tá sozinho na própria casa, depois do que, entrei em meu quarto pra me preparar pro banho que precede a ida ao trabalho. E não é que escuto passos e gente dentro de casa??? ERA EVIDENTEMENTE O FILHO-DA-PUTA, dentro de casa de novo, apesar do que eu havia conversado com a irmã havia menos de vinte e quatro horas!!!
Tive que aguardar a uma hora de banho habitual dele, pra depois tomar o meu. E quando tou saindo, dou uma ordem a ele que saísse junto comigo. E você aí saiu? Nem ele tampouco! Disse que não ia sair, que ia esperar pela irmã...
E então???
Acabou-se o meu respeito pelo estilo de vida dela. Passamos à proibição: nunca mais o cara põe os pés em casa. E ela vem argumentar, como se fosse uma bobagenzinha que eu, LOUCA, estivesse superdimensionando, que ela nem tinha que pensar nessas bobagens já que havia fechado um negócio de milhões e blábláblá. Muito elevada e importante a mocinha. Mas eu não, eu sou comezinha mesmo, sou mesquinha e assumo: tou pouco me fodendo pros milhões dos outros que ela quer multiplicar, contanto que eu tenha paz em casa. E começa a gritaria, ofensas, cobranças e argumentçãozinha de merda. Ela sempre bancando a superior, fazendo comparações que não têm cabimento, tentando descontar, virar a mesa, ridículo! E quanto mais ela se irritava, eu, que tinha passado o dia envenenada, mais me acalmava. Me acalmava sim, porque pra desespero dela, eu tinha razão em tudo: o filho-da-puta é indefensável.
Agora eu me pergunto: será que eu tou neurótica? Será que ser preservacionista é uma posição muito desrespeitosa?
Ela saiu ontem e não dormiu em casa, eu ainda não falei com ela hoje... Mas quem teve de levar a cachorra dela, tão pirracenta e chata quanto ela pra passear, fui eu... Vai vendo!
eu tou de prova que a cachorra da sua irmã é chata mesmo - tou falando da cocker. Da sua irmã, bem... ela é meio moralista mesmo... se a gente considerar só uma metade dela, né?
ResponderExcluirhahahahah
força aí...
kkkkkkkkkkkkkkkkkk... essa, Lu é impagável! hahahahaha
ResponderExcluirEntão... falso moralismo, o problema é que o tesão às vezes faz as pessoas perderem a noção, pois não é amor isso... ah... não é amor... é tesão somente. E aí a fodazinha boa misturada com o ego de sua irmã dá nisso.
Temos que por nossos limites, pô... paz em casa é o mínimo!
É, Lia, amigos a gente conquista e família a gente atura... Nem sei o que dizer. O negócio é ignorar o filho-da-puta. A sua irmã vai enjoar dele uma hora.
ResponderExcluirLu: pois é, mas tou nem aí com o moralismo (ou não) dela contanto que não me encha o saco e nem me tire a privacidade dentro de casa. Obrigada pela força!
ResponderExcluirAndre: se é tesão não sei, mas que já encheu, é fato. Isso mesmo, respeito em casa! E sim, a Lu é ótima.
Cris: sim, tem razão! Tem que ignorar e eu vou, afinal, ele não vai mais em casa.
Todos: desculpem o ataque neurótico e obrigada!!!
a cada dia que passa estou mais convencido que a porcentagem da população mundial dotada de "bom senso" não atinge 2 dígitos...
ResponderExcluirBeijos!
Nem me fale nada, Johnny!!! Bem isso mesmo!
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