quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O malandro é o barão da ralé!





Quem conhece o título dessa postagem sabe que se trata d’A volta do Malandro, do Chicão. A música faz parte da Ópera do Malandro.
Trata-se um álbum muito bacana, com um repertório do qual sou suspeita pra falar: amo! Escuto desde a mais tenra idade, já que minha mãe tinha o LP (cuja capa tá aí postada) e tinha o hábito de nos enfiar cultura em densos blocos goela abaixo. Na verdade, fiquei gostando da ópera bem cedo mesmo.




Mas entender foi coisa que me ocorreu quando eu já estava estudando. Quer dizer, escutando as músicas e/ou vendo a peça dá pra se entender sim... Vendo o filme do Ruy Guerra já não digo... Fica faltando muita informação.




O que eu queria dizer na verdade é o seguinte: uma coisa é você ouvir a ópera antes de ler o Raízes do Brasil, do Sérgio Buarque, e outra e ouvir depois de tê-lo lido. No meu caso foi assim! A impressão que tive foi que a ópera é uma expressão artística do tema do Raízes. Não dá pra imaginar que o Chicão escreveu a ópera sem ter lido o livro do pai dele. Faz uns anos que me dei conta disso e nunca lembrava de escrever. Mas é mesmo incrível. Eu não imagino uma Ópera do Malandro sem um Raízes que o precedesse. Mas, pra simplificar, a Dialética da Malandragem, do Candido, também ajuda bastante, caso algum fã do Chicão tenha preguiça de ler o Raízes inteiro (a Dialética é um texto de 3 folhinhas apenas, hehehe).



A parte dessa música que eu citei (A volta do Malandro) que eu acho de maior deleite pra todo estudante de Sociais é: Deixa a praça virar o salão/que o malandro é o barão da ralé. É esse o campo em que transita o malandro, não é? Na confusão das esferas pública e privada... Um tesão, na minha opinião.



A Lu, grande odiadora do Chicão, que me perdoe pela chatisse da postagem. Beijinhos pra ela!!! Amo!

12 comentários:

  1. Eu vou cobrar o Raízes emprestado!!
    Hummmm... tudo bem que o filme é fraquinn, mas a cena da sinuca é memorável. Fora que o Wilson Gray (lembrei o nome do fdp!!!), o malandro que ganha a contenda, pra mim é o próprio malandro carioca. Wilson Gray e José Wilker. O malandro de ontem e de sempre!

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  2. PS: Homenagenando o Sr.malandro:
    http://www.memoriaviva.com.br/grey/

    Ele foi o ator que mais filmes fez no cinema brasileiro!!!

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  3. Homem do Saco: Virgi!!! Tenho o Raízes em algum lugar obscuro... Verificarei, meu anjo. Vou seguir o linque depois, óquei? Bjos!!!

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  4. acabou de entrar na minha lista de coisas a ver,ouvir e/ou ler.
    Só não sei se concordo tanto com as Damattices estruturalistas do público e do privado na malandragem brasileira.
    Mas isso também é o de menos, o importante é agradecer tua sugestão.
    Obrigado. ;)

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  5. chico é meio boring. Já o pai é interessante.

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  6. Puxa, Lia, vou ver o livro escutar o álbum pra ver no que dá! Bjo!

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  7. Eu sou suspeita pra falar: sou fazona incondicional do Chico. Mais velha eu fico (madura!!!!!!), mais aprecio os trabalhos dele. Curto demais, adorei!! Tenho alguma restrição com essa coisa do público/privado que o DaMatta explora até não poder mais na antropologia. Mas isso a gente deixa pra hora do café... eheheheh. Beijos!

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  8. Adorei esse post! Ao contrário dos outros comentários, sou vidrado na tese do público/privado, mas adoraria escutar as opniões diversas dos seus leitores. Beijos!

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  9. L.: Obrigada. Dizer que concordo ou que não concordo é pra mim bastante delicado pq não sou historiadora e nem cientista social. Mas que o Chicão leu o livro do pai dele, isso ele leu. Hahahaha! Valeu a crítica!

    Ericka: O pai é muito legalzinho, eu me diverti lendo os textos dele. Mas eu gosto do Chicão sim! Unf! Saudade de vc por aqui!

    Cris: Vai fundo! Vale a pena!

    Su: vou adorar rolar um café pra falarmos disso. Como eu disse pro L., não sou especialista no assunto, só gostei de arriscar a costura da obra de arte com o texto. Mas eu curtiria muito uma aula no boteco sobre o assunto!

    Johnny: bom que gostou! Como eu disse, não manjo pra caralho do assunto, ver um papo como esse me deixaria muito contente!!!

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  10. Lia, eu não comentei antes, pois queria ver no que ia dar e o que mais você iria falar.

    Me interesso muito mesmo pela questão público/privado. Mas fico ainda aqui pensando... onde é que foi parar o malandro? É demais pensar nossa cultura através dos Buarques, mas... no que se transformou tudo que eles viam é impressionante. Eu li pouco do Raízes... vou terminar de ler e depois a gente marca um grupal de 'pensassões!' hehehehehehehehe... quase uma orgia mesmo! hahahahahahahahaha

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  11. odeio mesmo. ODEIO!
    mas você eu amo!
    perdôo você gostar! hahahah

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  12. André: Tb gosto da questão, embora não seja muito boa no assunto!!! Tou louquinha pra esse grupal!!! Uhu!!!

    Lu: Te amo-amo-amo-amo-amo!!!

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