quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O caso do BBB


Então, menin@... Esses casos de discussão sobre a homofobia do BBB estão rendendo, né? Pois é... Muita gente falando a respeito, coisa e tal... Ontem eu li no Te dou um dado uma postagenzinha com a qual não concordei muito – estou evitando adjetivos aqui... E li também uma outra postagem, essa sim me parecendo mais interessante, no R7.

Impressões pessoais à parte, o que eu vi de ponto de contato entre as duas postagens foi o fato de considerarem o BBB apenas um programa de entretenimento, que não deveria causar tanta comoção. Aí que é eles se enganam. É certo que o BBB deveria ser apenas um showzinho mediocremente divertido da Rede Globo. Mas a grande verdade é que nenhum programa que tenha tanta visibilidade é apenas mais um showzinho. Não precisa ser um gênio pra saber que programas da Rede Globo formam muitas opiniões por esse Brasilzão... Não cabe julgar a cabeça de quem se deixa influenciar por esses programas, o fato é que eles influenciam e tais influências têm conseqüências.

Assim, se o movimento LGBT tem representantes extremamente incomodados com atitudes de participantes do programa, não estão “enlouquecendo”. Estão, na verdade, vendo uma luta de anos ter seus efeitos fragilizados por causa de atitudes e declarações que, por estúpidas que pareçam, influenciam muita gente.

Achar que o BBB é apenas um programa de entretenimento (a meu ver, um zoológico de gente) é ser certamente muito simplista e, na melhor das hipóteses, ingênuo. E abraço Machado de Assis que considerava que ingenuidade é o único pecado realmente imperdoável.

E.T. Li no Twitter um cara dizer que cada vez que o Bial chama os BBB de “meus heróis”, um bombeiro pede demissão... Rá!


13 comentários:

  1. Lia, é esse tipo de relevância que esse tipo de programa não deveria ter.

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  2. Concordo muito, lindo. Mas a verdade é que entre ser e dever ser há uma diferença gritante e, em certa altura dos acontecementos, a gente acaba tendo que ser pragmático e trabalhar com o que é.

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  3. "What else could I say / Everyone is gay" - Nirvana - All Apologies

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  4. Opinião de quem (vc sabe) não assiste. O que ME PARECE é que houve uma tentativa deliberada de rotular participantes do programa, ao melhor estilo globo de televisão. Pessoas comuns a gente vê na rua mas o que dá audiência são PERSONAGENS. E personagens simples, maniqueístas. Daí convencionou-se que um sujeito musculoso falastrão e lutador de vale tudo era O VILÃO HOMOFÓBICO (é necessário haver um vilão) e o travesti era a vítima. O fato de haver outro gay na casa e uma lésbica extremamente preconceituosa, são só inconvenientes narrativos.
    O que o "Te Dou Um Dado" prega(e eu concordo) é que entrar nessa briga e fazer o jogo da rede Globo é aceitar os rótulos que ela propõe, é antagonizar, colocar dois lados opostos e, pior em guerra aberta.
    Mas como assim? Tudo que a comunidade LGBT tem lutado por tantos anos não é justamente pela CONVIVÊNCIA? E tudo que se tem pregado por tanto tempo não é justamente EVITAR RÓTULOS?
    Então, participar de um jogo maniqueísta e belicoso de um programa de televisão,(ao propor a eliminação de um dos participantes como uma luta "pela causa") não é depor contra tudo o que se luta?

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  5. Ricardo: Vamos lá...
    1. Sim, é claro que houve uma tentativa de rótulos deliberada.
    2. O homofóbico só é vilão pra simpatizantes da causa gay... Pra outros homofóbicos, ele tá sendo injustiçado.
    3. Não se trata de guerra aberta, acho isso um pouco de exagero. O fato é que a Globo tem uma influência que não pode ser ignorada, independente de o programa ser estúpido, ele é um fenómeno que influencia muita gente.
    4. Sim (não apenas no movimento LGBT, mas em outros, como o Negro) luta-se por convivência, mas não por se evitar rótulos. Os rótulos não são ruim em si, ruim é consederar certos rótulos melhores e com mais direitos que outros.

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  6. "...'engraçado' é ver quem nunca gostou de bbb se render a assistir agora, só pra ver os arroubos de brutalidade do dourado, é como se estivessem se vingando dos gays por intermédio dele..."
    [trechinho de um comentário meu lá no halinices...]

    e mais horrível ainda é achar q o bbb e a globo não são 'nada' no contexto social.

    bjs

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  7. Sentimental: pois é, eu vou te falar que, na verdade, não assisto. Mas a polêmica mexeu comigo sim. E creio que não tinha como ser diferente. E vc tem toda razão, não dá pra dizer que a Globo socialmente pode não significar nada. Se bobear, é o maior formador de opiniões do país.

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  8. se bobear?
    hj as pessoas só acreditam nas coisas q passam em jornais da globo, se passar na bandeirantes ninguém acredita [até pq quase ninguém assiste]. sabe pq digo isso? dia desses comentei com uma conhecida uma coisa q havia visto e ela me perguntou: 'vc viu isso na globo?', e diante da minha negativa ela disparou: 'então esquece pq não é verdade.'

    sim sim, chegamos nesse ponto, agora não é mais são tomé, é globo meeeesmo.

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  9. Sentimental: caraaaaai!!! Pois é, acho que pintei com cores leves, não? Pois é... A Globo realmente tem um alcance absurdo, é um fenômeno social, bem mais que um "espalha-fatos". Por isso é que me admira a ingenuidade da galera em dizer que um BBB da vida, que rola num horário de grande audiência, seria só um programa de entretenimento.

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  10. ó, nem minissérie q passa na globo é só entretenimento... nem malhação.
    bjs

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  11. Mas sabe o que é pior Lia? O tal Dourado nem homofóbico é! O que rolou foi toda uma edição de vídeo para levar a tal coisa que arrotar na presença de um gay virou homofobia.
    Sobre ser guerra aberta eu me referia a coisas assim: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u697451.shtml

    Quanto a lutar contra rótulos me refiro a frases como "Você faz isso porque você é gay", sabe? Pra mim isso tá no mesmo nível de "eu sou gay, você não vai com a minha cara, logo, você é homofóbico" e acho triste gente super importante(como o Marco Pinheiro) dar guarita a um pensamento tão maniqueísta.

    Pra completar, um post(mais um) do TDUD: http://bit.ly/c0UhtQ

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  12. Ricardo: se o Dourado nem homofóbico é, encare a saída dele como as pessoas dizendo que o PERSONAGEM criado sobre ele, e não ele, está sendo repudiado. A propósito, como vc soube que ele não é homofóbico?

    E qto a esse tipo de frase, pode ser lamentável, mas é uma resposta, talvez exacerbada, à exacerbação que é um comportamente homofóbico. Sabe aquela história: gato escaldado tem medo de água fria?

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