terça-feira, 12 de julho de 2011

outra madrugada

A madrugada é muito quieta, é muito escura... Assusta a quem tem medo de ficar sozinho. Mas é questão de costume: os olhos e os ouvidos logo se adaptam à falta de luz e sons. E então, a gente passa a escutar e a enxergar de forma bem mais apurada. Parece que na madrugada a gente tem mais tempo pra pensar, como se a vida corresse mais devagar... 
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Amor, fala pra mim, quem é você. Fala quem você pensa que eu sou. Fala o que você acha que pode, no meio de toda essa bagunça que se faz no encontro de dois ou mais mundos... Fala pra mim, mas sem usar uma palavra sequer, que as palavras só nos induziram ao erro até aqui. 
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A gente vê as pessoas envelhecendo, tomando lugar perene na vida adulta, se cansando... Elas não têm mais tempo pra nada, mas ainda amam umas às outras... Esse é o tipo de processo que não há como conter, por mais que se veja acontecer - ainda quando se vê... 
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Não tenho medo de ficar sem dinheiro, de ficar sozinha, de ficar triste... Não tenho medo e nem vontade tampouco... Acho que estou melhor agora do que na maior parte da minha vida. Há pouco tempo atrás eu achava que tinha uma vida perfeita. Melhorou, mudou tudo... Mas não acho mais nada de perfeito agora... 
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Há noites de calor, há noites nocivas... Amor, espero estar ao teu lado quando o frio da madrugada chegar à tua cama. Não fica sozinho não, vem pra mim, amor... Aqui você estará seguro - embora eu não saiba por quanto tempo.

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